Setembro Verde

Quantas vidas salva um SIM?

Um único doador de órgãos tem a capacidade de salvar e de melhorar a qualidade de vida de inúmeras pessoas.

Falar sobre a morte ainda é uma barreira nos nossos meios de convivência, por ser considerado um assunto inapropriado para ser discutido em família. No entanto, no momento que acontece a morte encefálica, muitas famílias dizem não à doação por desconhecerem o pensamento do falecido a respeito dessa possibilidade.

Não é toda morte que pode dar a oportunidade à família, em meio ao seu luto, de transformar um pouco dessa dor em alento por proporcionar nova chance a quem aguarda na fila de transplantes. A doação de órgãos pós-morte só é possível após confirmação diagnosticada da morte encefálica, seguindo todos os critérios estabelecidos pelo Conselho Federal de Medicina, e com autorização familiar.

Em 2018, a taxa de não consentimento familiar no Brasil, segundo dados da ABTO – Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, foi de 43%. A grande dificuldade em inverter esse número é o desconhecimento da vontade em vida de ser doador ou falta de informação da família sobre a veracidade do processo de doação de órgãos. Precisamos nos conscientizar e perceber que esta via é de mão dupla, onde, em um momento podemos ser o doador ou estar autorizando a doação de órgãos e tecidos de um ente querido, e no outro, estarmos na espera por um spim de outras famílias para salvar nossa vida ou melhorar a qualidade de vida de alguém que amamos.

O sim para doação de órgãos não salva “somente” os diversos receptores, salva a família, traz esperança e aflora o amor e gratidão, e, para quem é familiar de doador, pode ser o momento de expressar o altruísmo, o sentimento de continuidade, o respiro em meio ao enfrentamento do luto, da morte inevitável. Doe amor, doe vida, doe órgãos, avise sua família!

O mês de setembro é oficialmente o mês destinado a campanha de conscientização sobre a importância da doação de órgãos, denominado “Setembro Verde”, onde são realizadas várias ações incentivando a doação e homenageando os doadores e suas famílias.

Marli Cristina de Oliveira Marcos

Enfermeira especialista em doação de órgãos e tecidos pela UNIFESP

 

A Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Sorocaba convida a todos para a celebração deste mês de conscientização sobre esta causa tão nobre que é a doação de órgãos, para nosso evento em 19/09/2019, no SESC Sorocaba, a partir das 14h, com presença do publicitário e autor do livro “A última vez que morri”, Alexandre Barroso, que já foi submetido a três transplantes hepáticos e agora conta sua história de vitória e superação pelo Brasil, e do médico coordenador de transplantes da UNIMED Sorocaba, Dr. Renato Hidalgo.